De repente, vocês decidem se casar!
Bem, não é tão de repente assim... Afinal, vocês já estão
juntos há certo tempo, vem fazendo planos comuns, amealhando um dinheirinho...
Mas a decisão é tomada num determinado momento.
Depois do encantamento e do enlevo da decisão, os noivos
tocam os pés no solo e começam a pensar numa coisinha muito comezinha e
pragmática... Dinheiro!
Por onde começar?
Primeiro, sentem os dois sozinhos, sem qualquer intervenção
de outras pessoas, e conversem entre si sobre o que planejam e o que desejam
para o casamento de vocês.
Às vezes, um quer algo super simples, intimista; enquanto o
outro quer pompa e circunstância.
Assim, vocês precisam convergir para o tipo de celebração e
recepção.
O casamento e a recepção serão juntos, no mesmo espaço?
Serão em separado, igreja e casa de recepção? Será na praia? No campo? Será
diurno, vespertino ou noturno? Será um mini wedding? Uma recepção bolo com
champanhe? Uma recepção após as 21:00?
Se estiverem em dúvida porque não tem a menor noção, lembrem-se que isso não é um obstáculo. Vocês podem estabelecer um orçamento prévio dividido em duas partes: (i)
o valor que pretendem gastar e (ii) o valor máximo que não podem ultrapassar.
O valor que pretendem gastar deve ser encarado como a meta a
ser batida. Vocês tem que fazer o máximo para se manter dentro dessa meta e se
esforçar para deixar abaixo dela. A diferença entre esse valor e o que vocês conseguiram economizar dever ser enxergado como bônus.
O valor máximo que não podem ultrapassar é aquele que só em situações
emergenciais, por conta de contratações ou aquisições excepcionais e de última
hora, pode ser utilizado.
Mas, simultaneamente ao orçamento para o casamento, não
esqueçam de juntar dinheiro para a lua de mel, que também deve ser planejada
com antecedência.
Afinal, não tem poesia casar e no dia seguinte voltar pra
casa! Tá certo que não precisa necessariamente ir a Paris, ao Tahiti ou a Las
Vegas. Mas vale um passeiozinho básico, nem que seja Gramado ou Canoa
Quebrada!
Na sequência, procurem a igreja na qual pretendem se casar.
Muitas são concorridíssimas e vocês precisam agendar até mesmo com mais de um
ano de antecedência.
Vale deixar uma preciosa dica: pelo menos aqui, em Recife, a
época que mais bomba em casamentos é o segundo semestre, a partir de setembro e
até dezembro. Fica mais difícil encontrar datas disponíveis nas igrejas e casas
de recepção e o preço dos serviços aumenta em relação ao primeiro semestre.
Os meses mais baratos são janeiro e o mês do carnaval
(fevereiro ou março).
Outra dica muito boa é procurar indicação de profissional em
sites de relacionamentos e blogs sobre casamentos. Eu aconselho procurar
principalmente nos fóruns intitulados “o que não deu certo” ou “reclamação de
profissionais”. Isso é uma boa bússola para orientar os noivos. A partir daí vocês
começam a separar o joio do trigo.
É importante também conversar com casais que se casaram
recentemente para saber a experiência deles com fornecedores e prestadores de
serviços.
Por fim, quando vocês contratarem o cerimonial, peçam
indicações e aconselhamento sobre profissionais.
E aconselho a fechar os seguintes contratos, logo no início,
porque são os mais caros e vocês precisarão de prazo mais elástico para pagamento
parcelado: casa de recepção, buffet e decoração.
Nesse comecinho vocês também devem contratar a igreja para
garantir a data de vocês e fechar um cerimonial, que possa assessorar vocês nas
contratações dos fornecedores.
Alguns cerimoniais apresentam pacotes variados de serviços.
O mais simples tem como escopo apenas o apoio de cerimonialista no dia do
casamento. Os mais completos incluem assessoria e negociação dos contratos com
fornecedores, sendo mais caro, portanto.
Mas se vocês não quiserem delegar a terceiros a tarefa de
negociar os valores, arregacem as mangas e mãos à obra! Listem pelo menos 05
profissionais ou fornecedores de cada serviço ou aquisição que vocês pretendem
contratar e visitem um a um.
Vocês precisam sentir empatia e segurança, além de contratar
o que melhor se adéqua ao orçamento de vocês.
Aconselho também a ir em loco em igrejas e casas de recepção que esses profissionais estejam decorando. Um bom profissional não vai se opor a essas visitas.
Assim, vocês podem ter
idéia de como é o seu trabalho, os materiais utilizados, se ele monta
pessoalmente a decoração ou se simplesmente supervisiona o seu pessoal.
Antes de contatar qualquer decorador, vocês podem, quando estiverem visitando igrejas ou casas de
recepção, indagar quem estará decorando naquele fim de semana.
Leiam também o post sobre contratação de decorador que publiquei no ano passado: http://amazingweddingbr.blogspot.com.br/2011/10/decoracao-dicas-para-uma-contratacao.html
Mas esse cuidado não deve ser tomado só em relação a decoração não. Vocês devem ter cautela também com o fotógrafo, a filmagem, o bolo, os doces... Enfim, com todos os prestadores.
Quando forem contratar músicos, assistam previamente vídeos
deles na Youtube e no Vimeo. Conversem também com pessoas que foram a casamentos, festas de 15 anos e bailes de formaturas em que esses profissionais tocaram.
Se, ao fechar com uma orquestra, vocês gostarem de determinado profissional que cantou ou tocou
determinado instrumento e caso queiram que ele mesmo toque na cerimônia e
recepção, exijam que o nome desse profissional esteja elencado no contrato. Entrem em contato com ele. Essa é uma dica de segurança e para evitar surpresas.
E antes de assinar um contrato, exija que tudo que o
profissional ou empresa se obrigou esteja discriminado no contrato. Isso é
muito importante! É a única garantia que vocês vão ter para exigir o que estão
pagando.
O que não está no contrato, não existe entre as partes! E deve ser exigida multa também em caso de descumprimento do contrato pelo prestador. Geralmente, esses contratos só cominam multas aos clientes que desistirem dos serviços. E isso é ilegal.
Desse modo, os serviços, materiais e equipamentos devem estar
discriminados no contrato e em seus anexos, que devem estar rubricados pelas
partes. Tudo faz parte: o nome do profissional (músicos e decorador, por exemplo) que vai
prestar o serviço, quantidade (por exemplo, de músicos, de arranjos, de mesas, de cadeiras,
de doces, garçons e etc), qualidade (nome das flores e ramagens, tipo de toalha
de mesa...), cores, detalhes (velas na decoração, fitinhas, vasos, cortinas),
especificação dos materiais (tipo de gerador, elementos decorativos de madeira, vidro, espelho, tecido, chocolate belga nos doces...)
e etc.
Entenderam o nível de detalhamento? Isso é bobagem? Não, não
é! Esse zelo deve ser observado para resguardar vocês.
Quanto mais sério for o profissional, ele próprio fará esse detalhamento nos contratos que celebra com seus clientes.
Já conversei com cerimonialistas que informaram que, no
altar, na frente do padre e ao lado do noivo, a noiva olha para o
cerimonialista e sussurra, aflita: “Tá tudo diferente do que eu conversei com o
decorador!”
Péssima ocasião para uma surpresa, não?
Nessa hora, o colega cerimonialista só pode dizer a noiva: “Foque
no casamento, porque esse momento não voltará depois, querida!”
É verdade... Apesar da decepção, você não vai parar tudo
porque pediu branco e encontrou vermelho.
Depois você ajuíza uma medida judicial pedindo danos
morais... Ganhando uma indenização, torra tudo na comemoração de um ano de
bodas, fazendo uma pequena viagem.
Mas não deixe que isso acabe com a celebração ou a festa do casamento.
Por isso, vai aqui um último conselho. Casar de acordo com o
que sonhamos não é tão barato. Obviamente que você tem um orçamento apertado,
mas, dentro desse orçamento, sejam sensatos e procurem um profissional idôneo e
comprometido, com boas referências.
Beijos e até o próximo post!
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