Gente, me casei em 15 de junho de 2012.
Enquanto o álbum de casamento não chega, vou falar da
minha lua de mel em Fernando de Noronha.
Muito embora eu tenha organizado com antecipação todos os
preparativos para o casamento, eu comi mosca em relação a lua de mel. Deixei
para cuidar disso muito perto do casamento e peguei a alta do dólar. Desse
modo, eu que estava em dúvida sobre os destinos – Las Vegas, Paris, Cancún e
Punta Cana – acabei achando um pacote muito em conta para Fernando de Noronha.
E esse foi o fator decisivo para a escolha.
Eu já sabia que a ilha era belíssima e com muitos atrativos.
No entanto, todas as minhas expectativas foram superadas.
Quando a aeronave se aproxima e você vê a ilha da janela do avião, já sente o impacto!
E quando desce então!
Noronha é o Havaí brasileiro. Além disso, na ilha não tem
furto, roubo, homicídios ou estupros. Você anda tranqüilamente durante o dia e
a noite.
Outra coisa interessante: na fauna da ilha não tem cobras!
Meu marido e eu chegamos em Fernando de Noronha na
segunda-feira, dia 18 de junho, no vôo da TRIP que saiu de recife ao meio dia.
São duas as empresas que operam em Fernando de Noronha –
TRIP e GOL.
Compramos o pacote ao ESPAÇO EXXPERIMENTE AGÊNCIA DE
TURISMO.
Como o fuso na ilha é de uma hora a mais e o vôo dura em
torno de 50 minutos, chegamos em Fernando de Noronha por volta das 14 horas.
Pela primeira vez na vida, viajei sem fazer qualquer
pesquisa prévia devido aos preparativos do casamento e a demanda de trabalho às
vésperas das minhas bodas e que me deixaram assoberbada. Assim, eu não sabia
nada sobre a ilha. Nem pesquisei no Google.
Essa época em Noronha é baixa estação. Isso quer dizer que
tem poucos turistas na ilha e os preços são mais em conta.
Quando você desce da aeronave e entra na sala de desembarque
do pequeno aeródromo do arquipélago, já é encaminhado para uma fila para
preencher um formulário e pagar a taxa de permanência na ilha. Ficamos de
segunda, dia 18 de junho, a sexta-feira, dia 22, e pagamos o valor de R$ 172,80
por pessoa.
O pacote que adquirimos já continha o transfer do aeroporto
até a pousada, mas qualquer pessoa que desembarcar pode esperar pelo ônibus
(sim, Noronha tem uma linha regular de ônibus!) que passa a cada 30 minutos. O
preço da passagem é R$ 3,10. Ou chamar um táxi da cooperativa de taxistas
locais – Nortaxi. As corridas de táxi são tabeladas, variando entre R$ 12,00 a
R$ 25,00, dependendo do local para onde se quer deslocar.
Há ainda turistas que preferem alugar um buggy. Na baixa
estação você pode conseguir uma diária entre R$ 90,00 – R$ 100,00. Na alta
estação o preço fica entre R$ 120,00 a R$ 150,00. Se alugar por agência, a
diária de aluguel é mais cara.
Na minha avaliação, é desnecessário alugar buggy. Você pode
usar a linha de ônibus que serve a ilha, os táxis, bem como andar a pé, para
prospectar e conhecer todos os lugares da ilha.
Ficamos numa pousada que atualmente é chamada Pousada da
Vila. É a antiga pousada da Ciça, na Vila do Trinta.
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Mesa do café da manhã |
É bem localizada, pertíssimo de uma parada de ônibus, de uma
padaria, uma distribuidora de bebidas (é o lugar onde se pode comprar água e
refrigerante mais barato) e de dois supermercados – Poty e Noronhão. Assim, o
turista pode fazer uma feirinha básica e comprar fardos de garrafinha de água
mineral e de latas de refrigerantes para a sua estadia.
A pousada é, ainda, perto do fórum, da delegacia, de um
destacamento da polícia militar e de uma academia de ginástica.
É pequena como a maioria das pousadas de lá, mas é muito bem
organizada, bonita, super limpa e confortável. Ficamos em um quarto espaçoso, que
já nos esperava refrigerado quando chegamos, com cama king size, frigobar e
split.
No banheiro, tinha um kit com sabonetes, xampu e
condicionador da linha Natura Ekos. As funcionárias – Neide, Sheila e Cosminha
– são super prestativas, atenciosas e educadíssimas. O atendimento é muito
acolhedor e profissional.
Reparei que as toalhas de banho e de piso do banheiro eram
da TRUSSARDI (uma linha simples, é claro) e os lençóis de cama TEKA. Os
travesseiros eram muito bons, super fofinhos e aconchegantes. É uma pousada
excelente.
Existem, na ilha, pousadas de todos os tipos: muito modestas
e baratinhas, pousadas do nível da que ficamos, e pousadas de nível luxo com
atendimento VIP, como a de Zé Maria – a mais badalada –, a Maravilha e a
Triboju.
Quando chegamos, por causa do horário, tivemos dificuldades
em encontrar um restaurante self service. Assim, tivemos que buscar um
restaurante a la carte, na Vila dos Remédios. Qualquer restaurante, por mais
simples que seja, é caro, muito caro. Um prato para 02 pessoas é a partir de R$
60,00. E os bons restaurantes, com comida mais elaborada e sofisticada, são
caríssimos, como os melhores de Recife ou de São Paulo.
Almoçamos no Restaurante da Edilza, perto do prédio da
administração, na Vila dos Remédios. A comida é gostosa e lá você pode encontrar
a cachaça orgânica Sanhaçu, que é uma delícia. O restaurante fica defronte a
cooperativa de táxi (Nortaxi) e o posto dos Correios, e é próximo a Farmácia da
Mãezinha e da única agência bancária da ilha – o Santander.
Aliás, conseguir dinheiro é uma dor de cabeça se você não tiver
levado. Além da única agência do Santander, você só vai encontrar um caixa
eletrônico da CEF dentro do Supermercado Noronhão, na Vila do Trinta, e um do
Bradesco, no aeroporto. No posto dos Correios você recorre ao Banco Postal, do
Banco do Brasil. E só.
Não confie em cartão de débito e de crédito. A rede de dados
da ilha é péssima e nem sempre se consegue conexão para fazer os pagamentos via
crédito e débito. Boa parte dos restaurantes e lojas também não trabalham com
cartão e cheque, só aceitando dinheiro.
No último dia, encontramos um lugar que servia um PF caseiro
simples, mas muito gostoso. É o Pitstop, colado ao Restaurante da Edilza. Para
os nativos, a quentinha sai a R$ 13,00. Para os turistas, R$ 17,00. Mas vale a
pena. Para os padrões da ilha, é barato e bom.
Fomos, ainda, numa lanchonete e pizzaria chamada Gingas Bar,
com gostosos sanduíches a partir de R$ 17,00.
Mas o que eu adorei foi a Trattoria del Pescatore, do
simpatissímo Alessandro, um italiano que fixou residência no arquipélago. O
próprio Alessandro põe a mão na massa fazendo os pratos, que são servidos pelo
Márcio, que trabalha lá e que é muito atencioso. É uma pizzaria que também tem
rodízio de R$ 35,00 por pessoa.
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Alessandro, o italiano a frente da Trattoria |
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Márcio, que trabalha com Alessandro |
A pizza é muito gostosa, com massa fina, e é um
dos atrativos do cardápio, que tem outros pratos. Vale super a pena. A
Trattoria é vizinha ao Restaurante da Edilza e abre a partir das 18 horas.
Como estávamos em lua de mel e na baixa estação da ilha,
percebemos que não havia muito agito, era tudo muito tranqüilo.
Mas a balada acontece
no tradicional Bar do Cachorro. Tem forró às quartas e sextas-feiras e é um
lugar muito bacana e animado a partir das 23 horas. O cachorro abre todos os dias.
Há, ainda, uma pequena pizzaria perto do Bar do Cachorro que, às
quintas-feiras, tem um raggae, mas não pudemos curtir porque desabou uma chuva
torrencial nessa noite.
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Na frente do Bar do Cachorro |
Fernando de Noronha é um arquipélago muito lindo. Sol o ano
todo, nos meses de novembro a março – alta estação –, os turistas podem
aproveitar a praias do mar de fora, lado da ilha que dá os costados para o
oceano atlântico e a África; nos meses de abril a outubro – baixa estação – é a
vez para aproveitar as praias do mar de dentro, lado da ilha voltado para o território
brasileiro. Nesse lado ficam as praias mais lindas de Noronha e uma que é
considerada a mais bonita do Brasil – Praia do Sancho.
Na alta estação, as praias de mar de dentro não são
acessíveis por causa do mar que fica revolto e engole a faixa de areia. Em algumas, o acesso fica realmente perigoso.
Para se ter uma idéia, as ondas são tão altas que cobrem o molhe do Porto de
Santo Antônio, que é altíssimo. Por isso, nesses meses, só se pode aproveitar
as praias de mar de fora.
Na baixa estação, ocorre o inverso. As praias de mar de fora
ficam com ondas fortíssimas e, as de mar de dentro, muito tranqüilas, ideais
para banho e mergulho com flutuação.
Na tarde em que chegamos, fomos conhecer duas praias – a do
Cachorro, que tem esse nome por causa de uma bica com uma estátua de um
cachorro em bronze – e a da Conceição. As duas são um arraso, mas são as mais
“fraquinhas” da ilha! Na praia da conceição assistimos o pôr do sol no mar. Foi
lindo demais!
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Pôr do sol na Praia da Conceição |
No dia seguinte, fomos a praia da Praia da Cacimba, onde
ocorrem os campeonatos de surf na ilha. É indescritível a beleza da praia e,
junto a ela, fica a Baía dos Porcos, que tem diversas piscinas naturais. Entre
uma praia e outra fica a famosa ilha Dois Irmãos.
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Praia da Cacimba |
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Baía dos Porcos |
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Dois Irmãos |
Na volta, almoçamos no Point
da Cacimba, que é um palhoção com mesas bem rústicas e chão de terra. Comemos
um delicioso peixe na folha da bananeira. E, como sobremesa, um sorvete de côco
com fatias de manga flambadas e geléia de pitanga. Muito bom! Depois, fomos a
uma praia do mar de fora, que é a Praia do Sueste.
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Hummm... Delícia! |
No terceiro dia fizemos um passeio de barco muito legal. A
embarcação sai do Porto de Santo Antônio, que é lindíssimo, com águas
absurdamente cristalinas e cheias de peixes e tartarugas marinhas. É de cair o
queixo ver um porto com água tão limpa e com uma visibilidade maravilhosa.
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Porto de Santo Antônio |
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Águas absurdamente cristalinas |
O barco vai a ponta da sapata e depois retorna para ir até
as ilhas secundárias – Rasa, Sela Gineta, do Meio e Rata. Antes disso, para na
baía do Sancho para que os turistas possam mergulhar junto aos corais que ali
existem. É muito legal ficar flutuando e ver os peixes e tartarugas marinhas em
seu habitat natural. No caminho, passa em frente a Baía dos Golfinhos e esses
mamíferos, por vezes, acompanham em escolta as embarcações.
Na parte da tarde fomos às ruínas do Forte de Nossa Senhora
dos Remédios para ver o pôr do sol. É simplesmente fantástico!
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Vista da ilha do Forte Nossa Senhora dos Remédios |
No quarto dia, logo cedo voltamos a Praia do Porto para
mergulhar e aproveitar aquelas águas cristalinas. Depois, fizemos a Trilha da
Atalaia longa. No portal de entrada da trilha há um posto do ICMbio – Instituto
Chico Mendes – que controla a entrada de turistas e agenda previamente esse
passeio de acordo com a tábua das marés. A trilha longa dura aproximadamente 4
horas. A primeira parte da trilha vai até a Praia da Atalaia, onde tem piscinas
naturais nas quais não se pode mergulhar com protetor solar e nem pisar nos
corais. Há fiscais do ICMbio verificando o cumprimento das normas.
A segunda parte da trilha vai em direção ao mirante da
Pontinha, da qual se avista dentro do mar um local chamado Pedras Secas, onde a
nau de Américo Vespúcio naufragou. Descendo por essa praia há outra maravilhosa
piscina natural para banho. A partir desse trecho, o caminho das trilhas é
pelas pedras. Foi duro, viu! E não tem como voltar, tem que seguir adiante até
o fim da trilha. Demoramos aproximadamente duas horas para terminar esse trecho
que é finalizado na lindíssima Praia das Caieiras.
Quando chegamos lá, estávamos exaustos! Mas valeu a pena
porque a paisagem e as piscinas são fantásticas.
Nessa trilha fomos conduzidos por Felipe, um guia local que
é super gente fina e atencioso. Conhecemos Felipe no dia em que chegamos a
Noronha. Ele nos alugou super baratinho os coletes de mergulho, óculos e
snorkel e nos deu dicas muito legais para aproveitar a ilha.
É uma pena que não pudemos fazer outros passeios com ele por
causa do tempo curto. Como é nativo da ilha, ele conhece os points e muitos
lugares bacanas que não são explorados pelas agências e que só os noroenhenses
conhecem.
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Felipe, o guia local super gente fina! |
Pretendemos voltar a Noronha outras vezes e vamos procurar
Felipe. Vale a pena entrar em contato com ele para agendar um passeio. No final
do post vou deixar os contatos dele.
Por teimosia e esquecimento, cometi três erros ao fazer essa
trilha: 1) usei uma regata, quando deveria ter vestido uma t-shirt ou uma baby
look para proteger os ombros e as costas; 2) não levei chapéu ou boné; 3) não
levei nessa viagem meu tênis! Para fazer essa trilha, que eu tanto queria, acabei
comprando na ilha um falsiê de crock pela hora da morte e que dificultou a
caminhada porque o meu pé úmido sambava dentro da sandália de borracha e me
desequilibrava sobre as pedras.
No nosso último dia em Noronha, fomos conhecer o Museu do
Tubarão, que é super organizado e fica num ponto conhecido como Buraco da
Raquel, um lugar que não se pode acessar porque é área de preservação. Muitos
pontos da ilha têm o acesso proibido para caminhada, banho e mergulho porque
são áreas protegidas. Desse modo, só é permitida a contemplação. Dá para fazer
fotos fantásticas.
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Museu do Tubarão |
Em seguida, pegamos uma pequena trilha e fomos ao mirante
conhecido como Air France, porque existia um ponto de apoio da Air France nesse
local na década de 30. Para chegar lá, passamos pela igrejinha e ruínas do
forte de Santo Antônio. Fizemos fotos muito legais e ficamos admirando a
paisagem.
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Ruínas do Forte Santo Antônio, com o molhe do Porto de Santo Antônio atrás e com Morro do Pico ao fundo |
A viagem a Noronha foi maravilhosa. Indico para qualquer
pessoa que queira viajar em lua de mel.
Na bagagem, leve t-shirt, regata, shortinho, canga, saída de
banho, biquínis, tênis e sandálias havaianas. Não esqueça de levar repelente,
porque tem muito mosquito no fim de tarde e a noite, além de protetor solar e
hidratante. Em todos os passeios, leve água, barrinha de cereal, biscoitos e
alguma fruta. Você vai se divertir e guardar lembranças inesquecíveis.
Trattoria del Pescatore – Rua São Miguel, s/nº, Vila dos Remédios
Nortaxi – (81) 3619-114
Felipe – (81)9654-8154 – felipedenoronha@yahoo.com.br